Um dia especial
Ontem foi um dia super especial para mim. Carreguei tudo o que eram baterias. Comecei por ir cumprimentar duas amigas de tantos e tantos anos, que sempre estiveram presentes, a Isabel e a Milu. Depois, uma sequencia de emoções louca, a Susana, A Paula, o Julio, o Guilherme, a Raquel, infelizmente cheguei 10 minutos atrasado e não encontrei o Alvaro Costa, uma das pessoas que mais me marcou na vida academica. Tenho de agradecer a companhia do novo Magister da Tuna De Letras Porto e dos restantes membros que me deixaram recuar 23 anos de vida e lembrar de tantos e tantos amigos que fiz. Mas a noite foi ainda mais forte, encontrar o meu padrinho, melhor dizendo o meu irmão Pedro, o Tó e o Viseu foi demasiadamente forte mesmo. Ver este anfiteatro cheio de academicos de letras, foi muito bom. Ouvir e dar o testemunho do que era a Praxe nos anos 90 na nossa Letras amada, foi mesmo um momento unico que me encheu de forças para enfrentar as agruras da vida. Mexeu muito comigo. Ouvi atentamente todos os que foram falando, percebi bastante bem as palavras de todos. Nunca se esqueçam que vos conheço mesmo bem a todos. Pensei muito na conversa inacabada que deixei ainda, no final com alguns outrora pares. Preciso por isso mesmo de dizer publicamente duas coisas. Primeiro as opções que tomo na vida nunca são guiadas pela magoa, pelo rancor, pela vingança, pela falta de humildade ou por qualquer sentimento menor, como voces que também me conhecem, ouviram, a vida ensinou-me a dar valor a coisas bem mais simples, como aquele abraço apertado do meu padrinho. o abraço do Tó, o abraço do Paulo, o falar normalente com tantos como se ainda ontem tivessemos saido de algum lugar academico como no passado tantas vezes aconteceu, o enlevo com que vi tantos e tantos com sede de conhecimentos do passado. A vida provou-me, por vezes, à marretada, a dar mais valor ao que nos une do que ao que nos desune. Essa mesma vida já me ensinou, à imenso tempo, que por vezes tomamos atitudes a quente que nunca tomariamos a frio. Hoje tento não tomar nenhuma atitude sem a ponderar devidamente, fruto da idade, por certo. De todo o modo e voltando à noite de emoções, queria alertar todos os academicos para um facto imensamente importante que está a ser muito mal aproveitado. É a segunda vez que participo na excelente iniciativa que o meu amigo, Americo Martins, está a levar a efeito. "Venha tomar café com o Dux". Um momento informal de tertulia. Das duas vezes que participei, vi participantes avidos de ouvir e conhecer. Contudo, parece-me que esta academia, ainda não deu o devido valor à iniciativa, e ainda não percebeu o quão importantes poderiam ser estas tertulias. Como poderiam ser importantes para encontrar as razões que levaram a que, tal como ontem foi dito, a praxe divirtida tenha dado origem à praxe formalista destes dias. Também como foi dito, quiçá, encontrar o meio termo que a minha ponderação consegue admitir, seja o mais correcto. Bem hajam todos pela força que sem reparar me deram para continuar a enfrentar os obstaculos que a vida me vai apresentando.