O Mundo Secreto das Praxes da Sábado!
J. Plácido Júnior, Miguel Carvalho, e Teresa Campos! Graças ao Facebook já poupei dinheiro!
Estava curioso de ler o vosso artigo, e até disposto a gastar algum do meu parco rendimento para vos ler! Graças a Deus que não o fiz! Na pior das hipóteses sempre posso comprar mais um maço de tabaco que até poderá vir a contribuir para deixar de ler mais depressa.
Começo no título. “Mundo Secreto”? A Sério? Com “praxes” feitas no meio da rua? Com pessoal devidamente identificado e agora até com símbolos que identificam os responsáveis? Li, reli e “treli”! De secreto não vi nada, a não ser o título e o facto de não se basearem em investigação jornalística. Tentaram fazer o contraditório entre o meu querido amigo João Luís e o famoso realizador Bruno Moraes Cabral, que deixem que vos diga, me deixa um certo ar de “menino bem” com adoção do “e” em vez do “i”, e dessas coisas desculpem que desconfio. Fizeram um excelente trabalho, ou correu-vos mal, na entrevista ao Luis Vaz, que incredulamente para vós, não apresentou queixa de um acidente.
Quando o realizador diz que não o deixaram filmar tudo, deve ser por isso que na apresentação que fez do filme e estive presente lhe disse que de “praxe académica” o filme tem dois momentos apenas. Da Academia do Porto não tem nenhum. Quiçá não usou da mesma inocência que vocês e mostra apenas o que está mais em voga.
Do vosso artigo queria por uma única questão de modéstia explicar-vos algumas coisas porque vos ensinaram erradas.
Dux não é o orgão máximo de Tradição Académica, é um cargo. Orgão implica sempre mais do que um. Senão seria ditadura. O Orgão Máximo de Tradição Académica é sempre o Conselho de Veteranos tenha ele a denominação que tiver. O Dux não está acima da Praxe, está na praxe e quando erra sujeita-se sempre a sanções como qualquer outro.
A condição Para ser Dux não é ter um certo número de matrículas, apenas tem de se ser Veterano, e condição fundamental ser escolhido, nomeado pelos seus pares para o cargo.
Os símbolos da Praxe são: a colher de pau, o penico, a tesoura e a moca. Símbolos de Praxe só são usados pelos “doutores em praxe” logo apenas pelos membros que possuem três ou mais matrículas. Perceberam? “Caloiro” não usa penico, como vocês induzidos erradamente afirmam.
O Interior da capa de um académico é pessoal e nem sequer é sujeito a revista de traje, como hoje se diz! Logo o que ele coloca no seu interior é pessoal, só a ele diz respeito e é normalmente algo relacionado com a sua vivência académica. Por isso mesmo é que na última praxe de um académico, “O Rasganço”, se rasga todo o trajo menos a capa. É o nosso diário académico, regista toda a nossa história. Logo a capa não tem de ter pins, madeira ou seja o que for que vos disseram. Tem de ter aquilo que eu decidir que tem de ter. É minha! É o meu Diário!
Para se estar em Tradição Académica tem de se ter uma condição fundamental. Bom Senso!
Claro que existe quem não tenha mas não pode ser por isso que temos de advogar o fim da Tradição Académica!
Existem nas notícias de todos os dias:
- Pais que matam filhos! Será por isso que devemos proibir a fecundação e o nascimento de crianças?
- Policias que matam as mulheres, as namoradas! Acabamos com os agentes da autoridade?
- Patrões que não pagam os salários! Acabamos com as empresas?
- Desportistas que usam dopping! Acabamos com o Desporto?
- Gente que mata em nome da religião! Proibimos a Religião?
- Juízes corruptos! Acabamos com a Justiça?
- Políticos corruptos! Acabamos com a Politica?
- Usar droga é ilegal! Que fazemos aos jovens que a usam e aos políticos que defendem a sua legalização?
- Partidos politicos que defendem minorias de menos 10% da população! Extinguimos esses partidos?
Percebem onde quero chegar!
A vossa liberdade de ser contra as Tradições Académicas tem de acabar onde começa a minha de a mesma ser um modo de Vida e uma Paixão!
Se algum dia quiserem mesmo fazer uma reportagem sobre o “Mundo das Praxes” só não vos prometo que seja ao “Mundo Secreto” porque esse não existe. Mas terei o maior prazer em vos apresentar possíveis futuros colegas vossos que estão em vários graus de Tradição Académica, até mesmo de várias Instituições, para que eles vos possam dar o testemunho deles, a não ser que achem que a capacidade de julgamento deles não é verdadeira ou são menos capazes que os doutos escritas, desculpem mas escritores é outra coisa!
Sempre ao vosso dispor!
Fernando Borges
“Personna non-grata” na Praxe do Porto
Mas …
Um Eterno Académico!