Carta Aberta a todos os Académicos
Caros amigos, Eduardo Coelho e Paulo Jorge Teixeira como é gratificante ver-vos no meu face a falarem sobre tradição académica. Sinto-me mesmo Orgulhoso! Deixem-me intervir neste post.
Eu tenho mais que razões para não concordar com o Dux Veteranorum, porque não o foi de facto quando precisei dele, porque me falhou, porque não esteve ao meu lado como sempre estive ao dele.
Contudo, deixem que vos diga que é o Américo o grande responsável pela continuação das "praxes" do Porto, quando em 1992 ficou só, com o abandono de todos os membros do Magnum em resposta a um erro seu. Mas que ninguém se esqueça que o meu próprio conselho de veteranos de letras, foi um dos primeiros a se unir a ele e tentar que esse episódio não fosse o fim. Não foi uma decisão fácil. Economia, e o nosso Chico Moura, nunca voltou atrás.
Não tenho a minima dúvida que ele comete erros, não tenho a minima dúvida que por vezes são graves, mas também não tenho a minima dúvida, que o Americo Martins está na Tradição Académica por Amor e Paixão.
Se existe algo pelo qual o admiro é sem dúvida pela sua presistência. Eu no lugar dele, desculpem a frase "Já tinha mandado todos à merda"! Porque no meio destas confusões todas é o nome dele que anda na Baila e ele tem vida pessoal embora para muitos seja irrelevente.
Ora digo tudo isto para que não restem dúvidas que para mim o Americo é um apaixonado por Tradições Académicas, tal como o é o Balau, tal como é o Eduardo, tal como são bastantes membros do Orfeão e de tantas tunas que reconheço, nunca se esqueçam que sou de Letras e distingo bem conhecer de reconhecer!
As culpas neste assunto do Américo, residem no simples facto de não ter percebido antecipadamente o "boom" que estas coisas iam ter.
Se em 1989 quando foi nomeado Dux, um Dux em cada instituição é o suficiente para garantir a unanimidade das Tradições, nunca vi a minha tuna de letras a desrespeitar o Tó Zé ou o Eduardo, já para não falar do Pedro ou do Quim que eram tunos. Nunca os vi mal trajados porque desde do inicio sempre foram ensinados que " A Tuna dos Ferroviários de Alcabideche existe, não anda é de capa e batina", numa prespectiva de preservação do "bem trajar".
Em 2003, data do Congresso e da minha "non-gratice", era por demais evidente que com o passar dos anos se tinha vindo a assistir ao crescimento desta Academia de tal forma, que era necessário dar outros passos. Nem o boicote que alguns Duxes fizeram ao Congresso, foi capaz de ser suficiente para o Americo perceber qual o caminho a seguir. Gostaria de lembrar alguns que sempre defendi que o Magnum deveria ser aberto a todas as Instituições da Academia do Porto, e deveria de deixar de haver distinções entre elas.
Se tudo tivesse corrido como o planeado, hoje estariamos a assistir a uma Academia forte com peso e não a este divisionismos que passam para fora. Todas as casas tinham assento no Magnum, este funcionava como Assembleia, e todos os assuntos eram resolvidos. Era se calhar a hora certa para integrar neste Magnum todos os Organismos Académicos que integram a Academia do Porto, porque este "Magnum" era de facto credivel, imune a vontades próprias, pensante e com um Dux Veteranorum reconhecido por todos como aquilo que o Americo é, um apaixonado por Tradições que sacrifica a própria vida pela Academia, e deixem que vos diga que eu que nunca sacrifiquei um décimo da minha vida pessoal comparado com ele, esta vivencia custou-me um casamento.
Por isso, Eduardo, deixa-me que embora entendendo perfeitamente o que disseste mesmo o sentido, te diga que os termos são um bocado fortes e incompreensiveis para muitos. Não é necessário que o MCV morra, aliás acho até que é um erro, o que tem de acontecer é que o MCV se adapte aos novos tempos e crie condições para que o Dux Veteranorum não seja um cargo, ao contrário do que muitos pensam não é grau, tal como Dux o não é, e possa velar, quiçá com um Conselho Consultivo que existe no projecto de alteração do Magnum que apresentei já á alguns anos pelas grandes directrizes da Tradição Académica, ou seja, pelos fundamentos que são corpo comum a todos os Organismos Académicos.
Finalmente amigos, está talvez na hora de pensarem sériamente em Organizar um novo Congresso, não para ser como o II um explicar do passado e das raízes, mas para debaterem o caminho a seguir. Para dialogarem, para procurarem a Luz necessária a que este tempo de trevas termine, e para que não seja necessário criarem fogueiras inquisitórias porque a História já mostrou que são erradas.
Fico a aguardar ansiosamente por ouvir o Dux Veteranorum do Porto dizer: "In nomine solessima e revendissima praxis congressus ad traditionnes academicas, academia portus abertus est".
Força amigos, está na hora de debaterem porque todos voces adoram tanto isto como eu adorei um dia.
Américo, já aconteceu uma vez pode acontecer a segunda assim queiras que coragem não te falta. De mim podes contar com a colaboração do Amigo Fernando que continua a sê-lo, do academico não podes ter porque não posso participar!
Pelas Tradicões Académicas
O Vosso Amigo
Fernando Borges.